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Cahiers das Sopeiras

31
Mar09

Sacana do barbudo

CahiersDasSopeiras

 

A Adília bem que já tinha visto a cara daquele senhor em muita t-shirt velha que usou para limpar muito chão no São Jorge. Durante a Festa do Avante então é vê-las a passar vestidas. Mas o que eu não sabia é que lá o senhor que ainda não percebi bem se se chama Ernesto ou Che ou Guevara ou Comandante era assim a modos que um herói do povo cubano. Ou pelo menos é a ideia que o filme daquele filmador que fez uma coisa que eu vi há uns bons anos sobre cassetes de vídeo, sexo e muita aldrabice faz passar.

 

Ora aquilo foi na sexta-feira à noite, quando estava a Adília a tentar fingir para uma velhinha exigente que as cadeiras da sala 6 no Saldanha Residence não estavam rasgadas, que começou o filme. Lá me deixei ficar.

 

Primeiros, aquilo era uma aparadela boa nas barbas daqueles cabeludos todos. Depois, não percebo lá muito bem porque é que, a cada terra que passa o senhor argentino ou cubano, já sei lá eu, toda a gente o trata como o Zé Manel que salvou a Floripes de se afogar lá em Vale da Pinta, quando ele (agora é o cabeludo de Cuba outra vez) também espetava com uns bons tiros em testas de bigodões mal rapados.

 

Ora lá que fez coisas boas, pois sim, que pode ter feito, mas também era bom se a gente se perguntasse se foi assim tudo tão limpinho. Agora que o senhor dos Toros está bem, lá isso está.

 

E depois fiquei esturricada quando o filme acabou a meio…sem mais nem menos.

A Maria Alice da bilheteira é que depois me explicou que aquilo está dividido em dois. Lá tem a Adília de ver a segunda parte no meio das limpezas do Nimas. Tem de ser, olha.

 

Malvados dos barbudos que só me fazem perder tempo e dar menos uma passagem com líxivia nas casas de banho.

 

Adília, a mulher a dias.

13
Mar09

O raio do velhinho aprontou de novo

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Estreou ontem o novo filme daquele velhote pacato que antigamente gostava de andar à pistolada e eu ainda nem vos falei do outro filme dele que estreou há uns tempos. E se no desta semana o senhor aparece de espingarda em punho e tudo, nesse que vi há umas semanas as coisas não eram assim tão alvoraçadas.

 

No filme (que se chamava “A Troca”) uma mãe faz um favor a uma colega e vai fazer-lhe as vezes na companhia dos telefones. Quando volta a casa o filho não está lá e a gente percebe logo que o miúdo não foi jogar à bola ao quintal da vizinha… Tudo isto porque perde o eléctrico para casa. Se em vez de andar a fingir que trabalha toda lampeira de patins tivesse aproveitado para patinar até casa talvez se safasse da trapalhada toda que veio a seguir. Mas em frente...

 

A Polícia lá da cidade dela impinge-lhe outro gaiato para fazer às vezes do filho. Mas não enganam a senhora que aquilo era carinha de um, cuzinho do outro, como costumava dizer a minha tia. Depois disso vem a sem-vergonhice. Chegam a dar-lhe uns choques para ver se ela ganha juízo mas ainda a põem mais atiçada. Parecendo que não uma vez também estava a mudar uma tomada, apanhei um choque, e não precisei de beber o meu cafezinho curto durante uma semana, tal era o sobe e desce que se emaranhava aqui por dentro.

 

Ainda estou para saber como é que uma moça tão jeitosa como a Angelina Jolie se conseguiu esconder debaixo daquela angústia toda, sem precisar de fazer olhinhos de carneiro mal morto. Não é todos os dias que a gente vê uma cara a torcer-se toda assim, ainda para mais com um chapelinho que mais parece um penico enfiado na cabeça.

 

Pronto… O que eu vos digo é que cheguei a casa tão nervosa (mesmo depois daquele final “sossega lá minha filha, e segue em frente”) que tive de pedir ao Aníbal para me esfregar as costas com álcool, para aliviar a tensão.

 

O velhote Clint anda a deixar-nos mal habituados. Eu sei que não é nada bonito só falar da idade mas faz-me espécie. O senhor sempre fez filmes bons mas parece que anda a afinar-se. Isto já foi o da rapariga do boxe que leva um mau murro e fica entravadinha, já foi o da guerra dos chineses ou dos japoneses, ou coisa que o valha de olhos em bico, e agora este... apesar de não ser tão bom, também não é nada de se deitar fora.

 

Parece-me, mas isto é só aqui a Maria Rosa a pensar, que não há muita gente por esse mundo fora a fazer filmes com histórias que digam tanto sobre a gente. Deve ser da idade. Uns começam a esquecer-se do próprio nome. Outros passam a usar fraldas. E depois há este tipo de velhinhos: os que aproveitam o tempo livre para olhar para os outros e prestar atenção ao mundinho que há fora do centro de dia.

 
Sacana deste Clint que me deixou toda cheia de tremeliques.
 
Maria Rosa, a Sopeira

 

09
Mar09

Um início como deve de ser...

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Eu nem vou muito à bola com filmes com super-heróis e macacadas dessas. Mas este caiu-me no goto. E caiu-me logo ao princípio... quando vi esta abertura bem jeitosa.

 

Assim visto em pequenino pode não dar para perceber mas os senhores que fizeram isto devem ter tido o cabo dos trabalhos para fazer uma coisa destas tão perfeitinha e que nos mete logo dentro desta história de super-heróis desnaturados. E a música do meu amigo Bobby fica aqui que nem ginjas!

 

Qualquer dia falo do filme...

 

Maria Rosa, a Sopeira

01
Mar09

Assim não quero mais vida nenhuma

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 Second Life

Isto é uma vergonha… Tenho deixado aqui o estaleiro sem as minhas ideias sobre os filmes que andam aí nos cinemas. E se há coisa que aprendi com a minha tia, minha professora nas sopeirices, limpezas e afins, é que temos sempre de fazer o nosso trabalho com rigor e asseio.
 
E pronto… cá estou eu para vos falar de um filme português que fui ver há mais de um mês e que ainda me anda a roer aqui dentro. Era um filme todo armado em fino, com um nome em inglês e tudo: Second Life (que segundo me disse a Diane (diz-se Dáiane), que é brasileira e sabe inglês e espanhol, quer dizer segunda vida). Só espero que nessa vida não haja nenhum filme como este, senão não vale a pena ninguém cá vir de novo gastar tempo.
 
Mas vamos lá ao que interessa. A gente ainda começa por ver umas paisagens muito bonitas e a Lúcia Moniz com um sujeito estrangeiro metidos num daqueles balões que voam e pensa: se calhar isto não vai ser assim tão mau. Mas afinal é só para enganar…
 
Depois aquilo começa a arrancar e começam a aparecer uma data de senhores famosos (que eu bem lhes conheço as fuças da televisão). Pelo que eu percebi, para entrar naquele filme é preciso aparecer na televisão, mesmo que seja só para estar ao fundo numa cena. Por acaso até acho que vi a certa altura o José Figueiras agachado e escondido atrás de uma árvore mas parece que fui a única.
 
Meia dúzia de cenas depois – em metade delas a gente leva com as mamas da Liliana Santos na cara (e talvez seja a única coisa boa no filme) – um tipo aparece morto numa piscina. Mas pelos vistos não está bem morto porque se mete a falar connosco e a repetir mais de vinte vezes a mesma coisa «E lá estava eu na piscina, morto». Sim filho, nós estamos a ver.
 
A partir daí é o regabofe. Não se percebe mais nada, vai-se até à Itália, vê-se o Ruy de Carvalho a fazer figuras mais tristes do que as que faz nas novelas da TVI, o Nicolau Breyner mostra-nos como é um mafioso retardado, e por aí fora. Baralham e voltam a baralhar tudo uma carradona de vezes. Até fiquei tonta e não foi por causa daquela cena num miradouro em Lisboa em que a câmara roda mais que um daqueles carrosséis na antiga Feira Popular.
 
Uma amiga minha que também viu o filme disse que aquilo era assim para ser a pessoa que está a ver o filme a decidir e a pensar sobre o filme. Isso é muito bonito mas cá para mim isso tem outro nome: preguiça.
 
Olhem, para uma coisa serve este filme. Para perceber porque é que aquele moço que apresentava o programa dos pastéis de nata usa uma boina. É que a idade aperta e a calvície não perdoa, tadito.
 
Maria Rosa, a Sopeira

 

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